Escalada da Guerra Comercial entre EUA e China.

Emanuelly Cristina de Siqueira

4/20/20253 min ler

Entre os dias 9 e 15 de abril de 2025, a disputa tarifária entre Estados Unidos e China atingiu níveis inéditos, com sucessivos aumentos e retaliações que elevaram as tarifas a patamares recordes, impactando a economia global e aumentando a tensão política entre as duas maiores potências econômicas do mundo.

Na madrugada de 9 de abril, entrou em vigor a tarifa americana de 104% sobre produtos chineses, resultado da soma da sobretaxa de 50% anunciada em 8 de abril com as tarifas anteriores que já totalizavam 54%. Essa medida foi justificada pelo governo Trump como resposta às práticas comerciais chinesas e ao nãocombate à exportação de substâncias usadas para a fabricação de fentanil, que causou mais de 74 mil mortes nos EUA em 2023.

No mesmo dia, a China anunciou que elevaria suas tarifas sobre produtos

americanos de 34% para 84%, com a medida entrando em vigor em 10 de abril. O

governo chinês qualificou a ação americana como “intimidação” e declarou que

“lutará até o fim” contra o protecionismo dos EUA, além de apresentar queixa

formal à Organização Mundial do Comércio (OMC). Ainda em 9 de abril, Donald

Trump publicou em suas redes sociais que aumentaria a tarifa americana sobre

produtos chineses para 125%, com efeito imediato. Essa elevação foi uma

resposta à postura chinesa e parte da estratégia para “proteger trabalhadores

americanos” e “equilibrar as relações comerciais” .

No dia 10, a Casa Branca esclareceu que, somando todas as tarifas aplicadas,

incluindo a sobretaxa de 125%, a tarifa base de 20% e outras específicas contra

produtos ligados ao fentanil, as tarifas sobre produtos chineses chegaram a 145%.

Essa cifra representa um aumento sem precedentes e reforça a pressão

econômica sobre a China, mas também eleva o custo para consumidores e

empresas americanas.

Em resposta ao aumento americano, a China anunciou no dia 11 que elevaria suas

tarifas sobre produtos dos EUA para 125%, com a medida entrando em vigor em

12 de abril. O Ministério das Finanças chinês qualificou a ação americana como

“intimidação e coerção unilateral” e afirmou que continuará a tomar medidas paraproteger seus interesses, inclusive com sanções contra empresas americanas e restrições a exportações estratégicas, como as de terras-raras.

Essa sequência demonstra como, em menos de uma semana, a guerra comercial

entre EUA e China se intensificou de forma dramática, com tarifas ultrapassando

100% em ambos os lados, elevando a tensão política e econômica global e

aumentando os riscos para o comércio internacional e a estabilidade dos

mercados.

Após a China elevar suas tarifas para 125% em 11 de abril, a guerra comercial

entre EUA e China continuou com desdobramentos importantes até meados de

abril, marcando o ápice da escalada tarifária entre as duas maiores economias do

mundo.

Isenção para eletrônicos americanos

No dia seguinte ao aumento chinês, 12 de abril, o presidente Donald Trump

anunciou que determinados eletrônicos importados da China, como celulares,

computadores e microprocessadores, ficariam isentos das tarifas recíprocas.

Essa medida buscou mitigar o impacto das tarifas sobre gigantes da tecnologia

como a Apple, reduzindo o choque para o setor de tecnologia dos EUA, que é

altamente dependente desses produtos.

Com as tarifas americanas chegando a 145% em alguns produtos e as chinesas a

125%, o conflito comercial atingiu níveis inéditos. Essa alta taxa tarifária elevou os

custos para consumidores e empresas em ambos os países, afetando cadeias

globais de suprimentos e provocando volatilidade nos mercados financeiros.

Resposta e postura da China

Apesar das tarifas elevadas, o governo chinês reafirmou que está aberto ao

diálogo, mas advertiu que “vai lutar até o fim” caso os EUA continuem a impor

tarifas agressivas. Pequim denunciou as medidas americanas como “coerção

unilateral” e “violação das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)”,

apresentando queixas formais à entidade

Fonte:REUTERS/Kevin Lamarque